Os Jardins Suspensos seriam mesmo na Babilônia?

Textos de origem grega e romana costumam descrever as paisagens deslumbrantes contidas nos Jardins Suspensos da Babilônia, uma estrutura imponente erguida em meio ao clima árido e ambiente desértico da antiga Babilônia, atualmente um sítio arqueológico perto da cidade de Hilla, no Iraque. Repleto de cachoeiras, plantas e animais exóticos, o lugar paradisíaco é considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
A construção dos jardins é, historicamente, atribuída ao rei Nabucodonosor II. O governante teria mandado construir os jardins no século VI A.C. como um presente para a sua amada esposa, Amytis, a qual sentiria muita saudade da vegetação rica e esplendorosa da sua terra natal, Media, localizada no atual Irã. Para tanto, um intricado e complexo sistema de irrigação teria sido construído para garantir o fluxo de água das fontes e cascatas espalhadas pelo local.
Lamentavelmente, os textos disponíveis sobre os jardins seriam apenas cópias de relatos, visto que manuscritos da época de Nabucodonosor II que façam referência à maravilhosa construção são inexistentes. Embora arqueólogos e historiadores tenham passado séculos em busca das ruínas do local quase lendário, nada foi encontrado até que a Doutora Stephanie Dalley, associada à Universidade de Oxford, lançou uma publicação afirmando que a localização dos jardins, na verdade, nunca foi na Babilônia.
Segundo Stephanie, os Jardins Suspensos teriam sido construídos pelo rei assírio Senaqueribe, na verdade, cerca de 100 anos antes do que acreditam os historiadores e a quase 500 km ao norte da Babilônia, mais precisamente em em Níneve, a capital do império rival Assírio. As análises de textos cuneiformes, um dos tipos mais antigos de escrita, apontaram evidências de que o rei teria levantado um palácio incomparável em beleza e um lugar de maravilhas aberto a todos os povos. Os textos também mencionam uma engrenagem de bronze necessária para a captação de água para as instalações do rei.

Abaixo, a foto de um mural assírio com a descrição dos imponentes Jardins:


Não obstante, escavações em Níneve, sítio arqueológico atualmente próximo da cidade iraquiana de Mosul, revelaram a presença de um elaborado aqueduto que traria água das montanhas. Nele, as inscrições “Senaqueribe, rei do mundo. Ao longo de uma grande distância eu tive um curso de água destinado aos arredores de Níneve”.
Para Stephanie Landell, a confusão envolvendo a localização dos Jardins Suspensos se deveria à conquista da Babilônia pelos assírios, quase 700 anos A.C., o que levou a Níneve o título de “Nova Babilônia”. Ao longo do tempo, textos floreados e imprecisos foram produzidos e espalhados, levando a possíveis confusões históricas.


Fonte: History.com (https://www.history.com/news/hanging-gardens-existed-but-not-in-babylon)
“Os Jardins Suspensos de Níneve”, de Karen Pollinger Foster

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